Transporte éolico: Suspensão, saltação e arrasto

Suspensão, saltação e arrasto são três modalidades de transporte de partículas pelo vento.

Tal diferenciação se dá principalmente pelo tamanho do grão a ser transportado, pela energia do vento e pela existência ou não de obstáculos.

Se considerarmos ambientes planos e sem obstáculos, com uma velocidade de vento constante, podemos generalizar que quanto menores as partículas, maiores são as distâncias que as mesmas são carregadas.

Suspensão

A suspensão é o tipo de movimentação que ocorre com partículas pequenas, como areia muito fina, silte e argila.

Croqui de uma partícula em suspensão

Croqui de uma partícula em suspensão

As partículas são retiradas de seu local de origem e permanecem sendo carregadas pelo vento por longas distâncias, sem voltar a tocar a superfície.

As partículas suspensas são depositadas quando o vento não mais consegue dar conta do transporte, seja por uma perda de sua energia, seja pelo aporte crescente de grãos no ar. É comum esta deposição ocorrer após um obstáculo, onde ocorre turbulência e consequente perda da energia do vento.

Em termos de volume de material transportado, a suspensão é a principal modalidade de transporte.

Saltação

A saltação ocorre com partículas de tamanho compreendido entre a areia fina e a areia muito grossa.

Croqui de uma partícula em saltação

Croqui de uma partícula em saltação

Seu deslocamento ocorre através de pequenos saltos. O grão fica em suspensão por alguns segundos, e, por conta de seu peso, acaba voltando à superfície.

Corresponde a um deslocamento de massa intermediário se comparado com a suspensão e o arrasto.

É a principal modalidade de movimentação na constituição de dunas e outras feições geomorfológicas de ambientes desérticos e costeiros.

Arrasto

O arrasto é uma modalidade de transporte muito mais restrita no que diz respeito a quantidade de material. Ocorre apenas com grãos maiores, como areia grossa, areia muito grossa e seixos.

Croqui de uma partícula em arrasto

Croqui de uma partícula em arrasto

Partículas movimentadas de outras maneiras (suspensão e saltação), ao entrarem em contato com a superfície novamente, podem acabar empurrando estes grãos de maior diâmetro, provocando o arrasto. A própria velocidade do vento também pode proporcionar este deslocamento.

No arrasto, a partícula não perde o contato com a superfície e tem seu deslocamento travado pelo atrito com o solo.

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Meu nome é Fernando Soares de Jesus, natural de Imbituba/SC, geógrafo pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestrando na área de Desenvolvimento Regional e Urbano na mesma instituição. Criei este blog ainda no Ensino Médio, em meados de 2013, com o objetivo de compartilhar e democratizar o conhecimento geográfico, desde o campo físico até o campo humano, permitindo seu acesso de maneira clara e descomplicada.

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