Dinâmica geológica: As correntes de convecção e a isostasia

Para entender a dinâmica geológica do nosso planeta e, consequentemente, compreender todos os aspectos que fundamentam o movimento das placas tectônicas, é necessário conhecer alguns fenômenos básicos acerca da interação entre as camadas da Terra. Dentre estes fenômenos, podemos destacar dois: as correntes de convecção e a isostasia, que serão comentados abaixo.

CORRENTES DE CONVECÇÃO

As placas tectônicas nada mais são que gigantescos blocos rochosos que “flutuam” sobre um fluido viscoso localizado nas profundezas do nosso planeta: o magma. E é este movimento o responsável por eventos como o vulcanismo e o tectonismo, através das colisões proporcionadas por ele (saiba mais aqui). Mas que força torna possível este movimento? A resposta aceita atualmente fala justamente nas correntes de convecção.

As correntes de convecção seriam as responsáveis pelo deslocamento das placas tectônicas. Por Surachit – Obra do próprio SVG, based on the public domain USGS image found here [1] and originally uploaded here, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2574349

Tais correntes nada mais são que os movimentos verticais feitos pelo magma no manto (região fluida abaixo da crosta rochosa). O que ocorre é que nas proximidades do núcleo da Terra, a temperatura é exageradamente elevada, fazendo com que o material magmático nesta região, mais leve, suba em direção à superfície do manto, próximo às cristas oceânicas. O material, então, encontra temperaturas mais baixas e se resfria, aumentando seu peso e fazendo-o deslizar novamente para as camadas mais profundas do planeta, junto às fossas oceânicas, encerrando o ciclo, que costuma durar séculos.

ISOSTASIA

O fenômeno da isostasia se refere ao equilíbrio entre o peso relativo de uma porção da crosta terrestre sobre o manto fluído. Em outras palavras, fala-se em isostasia quando a porção rochosa da crosta insere-se no magma de forma que o equilíbrio entre eles fique estabelecido. Uma montanha, por exemplo, precisa de uma grande quantidade de massa inserida na astenosfera (camada fluída abaixo da crosta) para compensar seu peso, enquanto o inverso ocorre com um solo plano ao nível do oceano. Acompanhe a imagem:

 

A consequência direta da isostasia se dá quando, por motivos diversos, como a deposição sedimentar sobre a superfície, há uma variação na densidade e no peso de uma placa. Quando este peso aumenta, a placa afunda para compensar, na parte inserida sobre o manto, o peso adquirido. Assim, quando há a diminuição da densidade desta placa, ela acaba se sobrelevando.

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Meu nome é Fernando Soares de Jesus, natural de Imbituba/SC, geógrafo pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestrando na área de Desenvolvimento Regional e Urbano na mesma instituição. Criei este blog ainda no Ensino Médio, em meados de 2013, com o objetivo de compartilhar e democratizar o conhecimento geográfico, desde o campo físico até o campo humano, permitindo seu acesso de maneira clara e descomplicada.

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