Industrialização no Mundo Subdesenvolvido: Substituição de Importações e Plataformas de Exportação

O fenômeno da industrialização se deu de maneira diferenciada em volta do globo. Enquanto que a partir do século XVIII os países do centro do sistema capitalista passavam por um processo de industrialização clássica, apenas a partir da segunda metade do século XX alguns países da periferia do sistema se industrializaram.

Esta industrialização se deu em dois processos principais: através da substituição de importações e pela formação de plataformas de exportação.

Substituição de importações

O processo de substituição de importações ocorreu em determinadas economias mundiais em períodos onde os países desenvolvidos – também conhecidos como países do centro do sistema capitalista – passavam por um período de desaceleração.

A Segunda Guerra Mundial foi, por exemplo, um destes períodos de desaceleração da economia dos países desenvolvidos.

A lógica por trás deste processo é a seguinte: como as nações do centro do sistema estão enfraquecidas, os países não-desenvolvidos ficam impossibilitados de importar bens fundamentais destas nações. Assim, passam a produzir internamente.

Em geral, as substituições de importações ocorrem através da introdução de filiais de multinacionais nos países em questão.

Foi o que ocorreu, com diferentes graus de desenvolvimento, em nações como o Brasil, a África do Sul, a Índia e o México.

Plataformas de exportação

Embora tragam algumas semelhanças com os países industrializados via substituição de importação, as plataformas de exportação trazem algumas peculiaridades que permitem sua categorização.

Centro financeiro de Singapura. Fonte: Wikimedia/Chensiyuan

Dentre as semelhanças, podemos citar que estes países, assim como os comentados no tópico anterior, se industrializaram tardiamente, em meados do século XX. Segundo, a ocorrência da participação externa, que aqui foi especialmente representada pelos capitais americano e japonês.

Todavia, as plataformas de exportação não tinham grandes territórios que permitiram sua inserção precoce na Divisão Internacional do Trabalho como exportadores de produtos naturais. São países pequenos e com populações até então analfabetas e pouco qualificadas.

Nestes países, a partir da década de 1950 os governos passaram a incentivar massivamente a instalação de indústrias estrangeiras, o que produziu um forte parque industrial com orientação para a exportação.

Dentre os incentivos dados pelos governos locais, podemos citar:

  • Isenções na compra de terrenos e na operação das empresas;
  • Leis ambientais e trabalhistas flexíveis;
  • Mão-de-obra barata e qualificada (após investimentos na educação);

Dentre as plataformas de exportação, estão Coreia do Sul¹, Hong Kong, Taiwan e Singapura.

¹ O caso sul-coreano foi particular pois a instalação de multinacionais só se deu a partir dos anos 1970. Até esta data, atuavam no país os chaebols, aglomeramos familiais similares aos zaibatsus japoneses.

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Meu nome é Fernando Soares de Jesus, natural de Imbituba/SC, geógrafo pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestrando na área de Desenvolvimento Regional e Urbano na mesma instituição. Criei este blog ainda no Ensino Médio, em meados de 2013, com o objetivo de compartilhar e democratizar o conhecimento geográfico, desde o campo físico até o campo humano, permitindo seu acesso de maneira clara e descomplicada.

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